"Identidades" de Maria Lua

Dói em mim serenamente
ser este ser longínquo
sombra estéril nas margens do mundo
eco flutuante de sons desconhecidos
vulto obscuro sem memória...

Dói em mim serenamente
ser este ser ausente
abismo de loucos sonhos fugidios
forma imprecisa da inquietude
asa sem abrigo e sem ninho...

Dói em mim serenamente
ser este ser estranho
muro de todos os gestos de carinho
nó invisível de amargura
barco sem rumo no oceano...

Dói em mim serenamente
ser este ser peregrino
esfinge de secretos labirintos
pegadas no desencontro dos caminhos
angústia e delírio sem poema...

Maria Lua



Identidades

Me duele serenamente
ser este ser lejano
sombra estéril en los márgenes del mundo
eco fluctuante de sonidos desconocidos
bulto oscuro sin memoria...

Me duele serenamente
ser este ser ausente
abismo de locos sueños fugitivos
forma imprecisa de la inquietud
ala sin abrigo y sin nido...

Me duele serenamente
ser este ser extraño
muro de todos los gestos de cariño
nudo invisible de amargura
barco sin rumbo en el océano...

Me duele serenamente
ser este ser peregrino
esfinge de secretos laberintos
huella en el desencuentro de los caminos
angustia y delirio sin poema...

Maria Lua
(versión de Pedro Casas Serra)