Ainda não consegui,
eu que leio
poetas todos os dias,
encontrar a medida
universal,
a fita métrica mágica
para aferir quem é
grande,
quem é maior ou menor.
Menor, por que? Por que
maior?
Somos poetas, os que
somos.
Cada leitor é quem sabe
os que lhe chegam mais perto
do peito, do ser, da fronte.
Não sei se os meus prediletos
("Eu plantei um pé de sono,
nasceram vinte roseiras")*.
— só gosto do que se move,
só me comove o que entendo —
são pequenos ou são grandes.
Sei só que são bem amados.
Cada leitor é quem sabe
os que lhe chegam mais perto
do peito, do ser, da fronte.
Não sei se os meus prediletos
("Eu plantei um pé de sono,
nasceram vinte roseiras")*.
— só gosto do que se move,
só me comove o que entendo —
são pequenos ou são grandes.
Sei só que são bem amados.
Quem me frequenta de
livro
ou de vida, o que afinal
vem a dar no mesmo, sabe
que não padeço da feia
enfermidade da falsa
modéstia.
O arqueiro, até
pela sombra azul da flecha,
sabe que vai dar no alvo.
O coração do cientista
bate mais forte quando olha
a proveta florescendo.
Sabe o artista se a beleza
faz o milagre do poema.
Até hoje as palavras me amedrontam.
Certas delas, impenetráveis, áridas,
por mais que delas me afaste,
parece que mofam de mim.
Ainda bem que muitas gostam de minha boca,
amanhecem cantando
no meu peito.
ou de vida, o que afinal
vem a dar no mesmo, sabe
que não padeço da feia
enfermidade da falsa
modéstia.
O arqueiro, até
pela sombra azul da flecha,
sabe que vai dar no alvo.
O coração do cientista
bate mais forte quando olha
a proveta florescendo.
Sabe o artista se a beleza
faz o milagre do poema.
Até hoje as palavras me amedrontam.
Certas delas, impenetráveis, áridas,
por mais que delas me afaste,
parece que mofam de mim.
Ainda bem que muitas gostam de minha boca,
amanhecem cantando
no meu peito.
* Versos de
Drummond
PALABRA CERCA DEL PECHO
Todavía no logré, yo
que leo
poetas todos los días,
encontrar la medida
universal,
la cinta métrica
mágica
para valorar quien es
grande,
quién es mayor o
menor.
Menor, ¿por qué? ¿Por
qué mayor?
Poetas somos, los que somos.
Poetas somos, los que somos.
Cada lector es quien
sabe
los que le llegan más
cerca
del pecho, del ser, de
la frente.
No sé si mis
predilectos
("Yo planté un
tallo de sueño,
nacieron veinte
rosales")*.
— me gusta sólo lo
que se mueve,
sólo me conmueve lo
que entiendo —
son pequeños o son
grandes.
Sólo sé que son amados.
Sólo sé que son amados.
Quién me conoce de un
libro
o de la vida, lo que al
final
acaba siendo lo mismo,
sabe
que no padezco del feo
mal de la falsa
modestia.
El arquero, hasta
por la sombra azul de
la flecha,
sabe que va a dar en el
blanco.
El corazón del
científico
late más fuerte cuando
mira
la probeta rebosando.
El artista sabe si la
belleza
crea el milagro del poema.
Hasta hoy las palabras me amedrentan.
crea el milagro del poema.
Hasta hoy las palabras me amedrentan.
Algunas de ellas,
impenetrables, áridas,
por más que me aleje
de ellas,
parece que se rían de
mí.
Menos mal que a muchas
les gusta mi boca,
amanecen cantando
en mi pecho.
*Versos de Drummond
Thiago de Mello, De una vez por todas, 1996.
(Versión de Pedro Casas Serra)
*Versos de Drummond
Thiago de Mello, De una vez por todas, 1996.
(Versión de Pedro Casas Serra)
No hay comentarios:
Publicar un comentario