É NOS PORÕES
Faço o poema com a mesma
ciência e delicadeza
com que, mãos adolescentes,
e a imaginação nas nuvens,
fazia o meu papagaio.
Sempre trabalhei sozinho
no alto porão do sobrado,
onde as talas repousavam.
Para urdir a luz do poema,
preciso ir aos meus porões
onde as palavras me esperam.
ciência e delicadeza
com que, mãos adolescentes,
e a imaginação nas nuvens,
fazia o meu papagaio.
Sempre trabalhei sozinho
no alto porão do sobrado,
onde as talas repousavam.
Para urdir a luz do poema,
preciso ir aos meus porões
onde as palavras me esperam.
Thiago de Mello, Campo
de milagres, 1998.
ESTÁ EN LOS SÓTANOS
Hago el poema con la
misma
ciencia y delicadeza
con que, con manos
adolescentes,
y la imaginación en
las nubes,
construía mi cometa.
Siempre trabajé solo
en el altillo del
sótano,
donde las tablillas
reposaban.
Para urdir la luz del
poema,
necesito ir a mis
sótanos
(Versión de Pedro
Casas Serra)
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