O ANIMAL DA FLORESTA
De madeira lilás (ninguém me crê)
se fez meu coração. Espécie escassa
de cedro, pela cor e porque abriga
em seu âmago a morte que o ameaça.
Madeira dói? Pergunta quem me vê
os braços verdes, os olhos cheios de asas.
Por mim responde a luz do amanhecer
que recobre de escamas esmaltadas
as águas densas que me deram raça
e cantam nas raízes do meu ser.
No crepúsculo estou da ribanceira
entre as estrelas e o chão que me abençoa
as nervuras.
Já não faz mal que doa
meu bravo coração de água e madeira.
se fez meu coração. Espécie escassa
de cedro, pela cor e porque abriga
em seu âmago a morte que o ameaça.
Madeira dói? Pergunta quem me vê
os braços verdes, os olhos cheios de asas.
Por mim responde a luz do amanhecer
que recobre de escamas esmaltadas
as águas densas que me deram raça
e cantam nas raízes do meu ser.
No crepúsculo estou da ribanceira
entre as estrelas e o chão que me abençoa
as nervuras.
Já não faz mal que doa
meu bravo coração de água e madeira.
Thiato de Mello,
Poemas Preferidos pelo autor e seus leitores,
2001.
ANIMAL DE LA SELVA
De madera lila (nadie
me cree)
se hizo mi corazón.
Especie escasa
de cedro, por el color
y porque abriga
en su interior la
muerte que lo amenaza.
¿Sufre la madera?
Pregunta quien me ve
los brazos verdes, los
ojos llenos de alas.
Responde por mí la luz
del amanecer
que recubre de
esmaltadas escamas
las aguas densas que me
dieron casta
y cantan en las raíces
de mi ser.
Estoy en el crepúsculo
de la ribera
entre las estrellas y
la tierra que me bendice
las raíces.
Ya apenas me hace daño
(Versión de Pedro
Casas Serra)
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