A BOCA DA NOITE
O que não fiz ficou
vivo
pelo avesso. O que não tive
pertence à dor do meu canto.
A estrela que mais amei
acende o meu desencanto.
Vinagre? Sombra de vinho?
De noite, a vida engoliu
(é doce a boca da noite)
as dores do meu caminho.
O meu voo se apazigua
quando a tormenta me abraça.
O que tenho se enriquece
de tudo que não retive.
Diamante? Flor de carvão.
pelo avesso. O que não tive
pertence à dor do meu canto.
A estrela que mais amei
acende o meu desencanto.
Vinagre? Sombra de vinho?
De noite, a vida engoliu
(é doce a boca da noite)
as dores do meu caminho.
O meu voo se apazigua
quando a tormenta me abraça.
O que tenho se enriquece
de tudo que não retive.
Diamante? Flor de carvão.
Thiago de Mello,
Poemas Preferidos pelo autor e seus leitores,
2001.
LA MADRUGADA
Lo que no hice pervive
del revés. Lo que no
tuve
concierne a la pena de
mi canto.
La estrella que más
amé
enciende mi desencanto.
¿Vinagre? ¿Sombra de
vino?
De noche, engulló la
vida
(es dulce la madrugada)
las penas de mi camino.
Mi revolar se serena
cuando el vendaval me
abraza.
Lo que tengo se
enriquece
con lo que no conservé.
¿Diamante? Flor de
carbón.
Thiago
de Mello, Poemas preferidos por el autor y sus
lectores, 2001.
(Versión
de Pedro Casas Serra)
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