PARA
REPARTIR COM TODOS
Com este canto te chamo,
porque depende de ti.
Quero encontrar um diamante,
sei que ele existe e onde está.
Não me acanho de pedir
ajuda: sei que sozinho
nunca vou poder achar.
Mas desde logo advirto:
para repartir com todos.
Traz a ternura que escondes
machucada no teu peito.
Eu levo um resto de infância
que meu coração guardou.
Vamos precisar de fachos
para as veredas da noite
que oculta e, às vezes, defende
o diamante.
Vamos juntos.
Traz toda a luz que tiveres,
não te esqueças do arco-íris
que escondeste no porão.
Eu ponho a minha poronga,
de uso na selva, é uma luz
que se aconchega na sombra.
Não vale desanimar
nem preferir os atalhos
sedutores que nos perdem,
para chegar mais depressa.
Vamos achar o diamante
para repartir com todos.
Mesmo com quem não quis vir
ajudar, falta de sonho.
Com quem preferiu ficar
sozinho bordando de ouro
o seu umbigo engelhado.
Mesmo com quem se fez cego
ou se encolheu na vergonha
de aparecer procurando.
porque depende de ti.
Quero encontrar um diamante,
sei que ele existe e onde está.
Não me acanho de pedir
ajuda: sei que sozinho
nunca vou poder achar.
Mas desde logo advirto:
para repartir com todos.
Traz a ternura que escondes
machucada no teu peito.
Eu levo um resto de infância
que meu coração guardou.
Vamos precisar de fachos
para as veredas da noite
que oculta e, às vezes, defende
o diamante.
Vamos juntos.
Traz toda a luz que tiveres,
não te esqueças do arco-íris
que escondeste no porão.
Eu ponho a minha poronga,
de uso na selva, é uma luz
que se aconchega na sombra.
Não vale desanimar
nem preferir os atalhos
sedutores que nos perdem,
para chegar mais depressa.
Vamos achar o diamante
para repartir com todos.
Mesmo com quem não quis vir
ajudar, falta de sonho.
Com quem preferiu ficar
sozinho bordando de ouro
o seu umbigo engelhado.
Mesmo com quem se fez cego
ou se encolheu na vergonha
de aparecer procurando.
Com
quem foi indiferente
e zombou das nossas mãos
infatigados na busca.
Mas também com quem tem medo
do diamante e seu poder,
e até com quem desconfia
que ele exista mesmo.
e zombou das nossas mãos
infatigados na busca.
Mas também com quem tem medo
do diamante e seu poder,
e até com quem desconfia
que ele exista mesmo.
E
existe:
o diamante se constrói
quando o procuramos juntos
no meio da nossa vida
e cresce, límpido,cresce,
na intenção de repartir
o que chamamos de amor.
o diamante se constrói
quando o procuramos juntos
no meio da nossa vida
e cresce, límpido,cresce,
na intenção de repartir
o que chamamos de amor.
Thiago
de Mello, Mormaço na
floresta,
1984.
PARA REPARTIR CON TODOS
Te llamo con este
canto,
porque depende de ti.
Quiero encontrar un
diamante,
sé que existe y dónde
está.
No me avergüenza pedir
ayuda: sé que yo solo
nunca lo podré
encontrar.
Pero desde ahora te
digo:
para repartir con
todos.
Trae la bondad que
escondes
tan magullada en tu
pecho.
Yo llevo un resto de
infancia
que mi corazón guardó.
Precisaremos antorchas
para el camino nocturno
que oculta y, también,
defiende
el diamante.
Vamos juntos.
Trae la luz que poseas,
no olvides el arco iris
que escondiste en la
bodega.
Yo me uno con mi
poronga
de la selva, es una luz
que se acurruca en la
sombra.
No vale desanimarse
ni preferir los atajos
seductores que nos
pierden,
para llegar más
deprisa.
Vamos a hallar el
diamante
para repartir con
todos.
Aún con quien no quiso
ir
a ayudar, falto de
sueño.
Con quien prefirió
quedarse
solo, bordando con oro
su apergaminado
ombligo.
Aún con quien se hizo
invidente
o se encogió por
vergüenza
de aparecer
intentándolo.
Con quien fue
indiferente
y mofó de nuestras
manos
incansables en la
búsqueda.
Pero también con quien
teme
del diamante y su
poder,
y hasta con quien
desconfía
incluso de que él
exista.
Y existe:
el diamante se
construye
cuando lo buscamos
juntos
en medio de nuestra
vida
y crece, límpido,
crece,
si queremos repartir
lo que llamamos amor.
(Versión de Pedro
Casas Serra)
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