ARABESCO
Já próximos escutamos o rumor
dos cavalos que correm pela treva.
Até agora, porém, nada aprendemos:
não conquistamos nem a paz dos loucos
nem a mudez das fragas solitárias.
E enquanto a noite enorme, que nos ronda,
estende as suas mãos para afagar-nos,
na areia das palavras desenhamos
o arabesco invisível desta mágoa:
— somos frágeis demais e não sabemos
sequer o que nos falta para sermos
completos como um deus — ou como um pássaro.
dos cavalos que correm pela treva.
Até agora, porém, nada aprendemos:
não conquistamos nem a paz dos loucos
nem a mudez das fragas solitárias.
E enquanto a noite enorme, que nos ronda,
estende as suas mãos para afagar-nos,
na areia das palavras desenhamos
o arabesco invisível desta mágoa:
— somos frágeis demais e não sabemos
sequer o que nos falta para sermos
completos como um deus — ou como um pássaro.
Thiago de Mello, Vento
geral, 1960.
ARABESCO
Ya próximos escuchamos
el rumor
de los caballos que
trotan en la oscuridad.
Hasta ahora, sin
embargo, nada aprendimos:
no conquistamos ni la
paz de los locos
ni el silencio de los
riscos solitarios.
Y mientras la noche
enorme, que nos ronda,
extiende sus manos para
acariciarnos,
dibujamos en la arena
de las palabras
el arabesco invisible
de esta pena:
— somos demasiado
frágiles y ni siquiera
sabemos lo que
necesitamos para ser
Thiago de Mello,
Viento general, 1960.
(Versión de Pedro
Casas Serra)
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