JÁ
FAZ TEMPO QUE ESCOLHI
A
luz que me abriu os olhos
para a dor dos deserdados
e os feridos de injustiça,
não me permite fechá-los
nunca mais, enquanto viva.
Mesmo que de asco ou fadiga
me disponha a não ver mais,
ainda que o medo costure
os meus olhos, já não posso
deixar de ver: a verdade
me tocou, com sua lâmina
de amor, o centro do ser.
Não se trata de escolher
entre cegueira e traição.
Mas entre ver e fazer
de conta que nada vi
ou dizer da dor que vejo
para ajudá-la a ter fim,
já faz tempo que escolhi.
para a dor dos deserdados
e os feridos de injustiça,
não me permite fechá-los
nunca mais, enquanto viva.
Mesmo que de asco ou fadiga
me disponha a não ver mais,
ainda que o medo costure
os meus olhos, já não posso
deixar de ver: a verdade
me tocou, com sua lâmina
de amor, o centro do ser.
Não se trata de escolher
entre cegueira e traição.
Mas entre ver e fazer
de conta que nada vi
ou dizer da dor que vejo
para ajudá-la a ter fim,
já faz tempo que escolhi.
Thiago
de Mello, Mormaço
na Floresta,
1981.
YA HACE TIEMPO QUE
ESCOGÍ
La luz que me abrió
los ojos
al mal de los
desahuciados
y tocados de
injusticia,
no me permite cerrarlos
nunca más, en tanto
viva.
Aunque de asco o fatiga
me disponga a no ver
más,
aunque el sobresalto
cosa
mis ojos, yo ya no
puedo
dejar de ver: la verdad
me tocó, con su
cuchilla
de amor, el centro del
ser.
No se trata de escoger
entre ceguera y
traición.
Pero entre ver y hacer
como si nada yo vi
o hablar del dolor que
veo
para ayudar a su fin,
Thiago de Mello,
Bochorno en la selva, 1981.
(Versión de Pedro
Casas Serra)
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