AMOR
MAIS QUE IMPERFEITO
Não do amor. De mim duvido.
Do jeito mais que imperfeito
que ainda tenho de amar.
Com frequência reconheço
a minha mão escondida
dentro da mão que recebe
a rosa de amor que dou.
Espiando o meu próprio olhar,
escondido atrás estou
dos olhos com que me vês.
Comigo mesmo reparto
o que pretende ser dádiva,
mas de mim não se desprende.
Por mais que me prolongue
no ser que me reparte,
de repente me sinto
o dono da alegria
que estremece a pele
e faz nascer luas
no corpo que abraço.
Não do amor. De mim duvido
quando no centro mais claro
da ternura que te invento
engasto um gosto de preço.
Mesmo sabendo que o prêmio
do amor é apenas amar.
Do jeito mais que imperfeito
que ainda tenho de amar.
Com frequência reconheço
a minha mão escondida
dentro da mão que recebe
a rosa de amor que dou.
Espiando o meu próprio olhar,
escondido atrás estou
dos olhos com que me vês.
Comigo mesmo reparto
o que pretende ser dádiva,
mas de mim não se desprende.
Por mais que me prolongue
no ser que me reparte,
de repente me sinto
o dono da alegria
que estremece a pele
e faz nascer luas
no corpo que abraço.
Não do amor. De mim duvido
quando no centro mais claro
da ternura que te invento
engasto um gosto de preço.
Mesmo sabendo que o prêmio
do amor é apenas amar.
Thiago
de Mello, Mormaço na
floresta,
1981.
AMOR MÁS QUE
IMPERFECTO
No del amor. De mí
dudo.
Del modo más que
imperfecto
que tengo yo aún de
amar.
A menudo reconozco
mi mano que está
escondida
en la mano que recibe
la rosa de amor que
doy.
Espiando mi mirar,
detrás escondido estoy
de los ojos con que
ves.
Conmigo mismo reparto
lo que pretende ser
dádiva,
mas de mí no se
desprende.
Por mucho que me
prolongue
en el ser que me
reparte,
de repente yo me siento
el dueño de la alegría
que le estremece la
piel
y hace que le nazcan
lunas
al cuerpo con que me
abrazo.
No del amor. De mí
dudo
cuando en el centro más
claro
de la ternura que
invento
engasto un gusto de
precio.
Aún conociendo que el
premio
(Versión de Pedro
Casas Serra)
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