O SILÊNCIO DA FLORESTA
Tem consistência
física,
espessamente doce,
o silêncio noturno da floresta.
Não é como o do vento e vastidão,
cujos dentes de neve
morderam a minha solidão.
Nem como o silêncio aterrador
(no seu âmago o tempo brilha imóvel)
do deserto chileno de Atacama,
onde, um entardecer,
estirado entre areia e pedras,
escutei cheio de assombro
o latir do meu próprio coração.
O silêncio da floresta é sonoro:
os cânticos dos pássaros da noite
fazem parte dele, nascem dele,
são a sua voz aconchegante.
Sozinho no centro da noite amazônica,
escuto o poder mágico do silêncio,
agora quando os pássaros
conversam com as estrelas,
e recito silenciosamente
o nome lindo da mulher que eu amo.
espessamente doce,
o silêncio noturno da floresta.
Não é como o do vento e vastidão,
cujos dentes de neve
morderam a minha solidão.
Nem como o silêncio aterrador
(no seu âmago o tempo brilha imóvel)
do deserto chileno de Atacama,
onde, um entardecer,
estirado entre areia e pedras,
escutei cheio de assombro
o latir do meu próprio coração.
O silêncio da floresta é sonoro:
os cânticos dos pássaros da noite
fazem parte dele, nascem dele,
são a sua voz aconchegante.
Sozinho no centro da noite amazônica,
escuto o poder mágico do silêncio,
agora quando os pássaros
conversam com as estrelas,
e recito silenciosamente
o nome lindo da mulher que eu amo.
EL SILENCIO DE LA SELVA
Tiene consistencia
física,
dulcemente espesa,
el silencio nocturno de
la selva.
No es cómo el del
viento y la inmensidad,
cuyos dientes de nieve
mordieron mi soledad.
Ni como el silencio
aterrador
(el tiempo brilla
inmóvil en su centro)
del desierto chileno de
Atacama,
donde, un atardecer,
tumbado entre arena y
piedras,
escuché lleno de
asombro
el latir de mi propio
corazón.
El silencio de la selva
es sonoro:
los cantos de los
pájaros de la
noche forman parte de
él, nacen de él,
son su voz
reconfortante.
Solo en el centro de la
noche amazónica,
escucho el mágico
poder del silencio,
ahora que los pájaros
conversan con las
estrellas,
y recito
silenciosamente
Thiago de Mello, En
un campo de margaritas,
1986.
(Versión
de Pedro Casas Serra)
No hay comentarios:
Publicar un comentario