"Penas" de Maria Lua

Penas

Deixei as minhas penas, sem receio,
dançarem na varanda da loucura
a recordar o amor que, um dia, veio,
mas que se foi nas trilhas da aventura...

Saudades se infiltraram... e, no meio
desse bailando insone de amargura,
uma pena maior se abriu... num veio
de esperança a rasgar a rocha escura...

Da fonte, vinham sonhos e a certeza
de retirar das penas a tristeza,
ao dar-lhes gotas claras de magia...

E, na dança febril do pensamento,
penas... que foram penas... num momento,
são saudades... nas águas da poesia!...

Maria Lua (“De Lua e de Estrelas...”, 2005)


Penas

Abandoné mis penas, sin recelo,
danzando en barandales de locura,
recordando el amor que vino al vuelo
pero se fue por sendas de aventura...

Nostálgias se infiltraron... y, al anhelo
de ese bailar insomne de amargura,
una pena mayor se abrió, consuelo
de esperanza al rasgar la roca oscura...

De ella vinieron sueños y certeza
de sacar de las penas la tristeza,
al darles claridad de fantasía...

Y, en la danza febril del pensamiento,
penas... que fueron penas... al momento,
son nostalgias... en mares de poesía!...

Maria Lua
(versión de Pedro Casas Serra)