"Borboletas" de Maria Lua

Vagando entre nuvens ao Sol do poente
os sonhos se vestem de brilho envolvente
e deixam nas sombras formosas silhuetas...
Na aurora dourada transmigram nas asas
das almas errantes sem portos nem casas
e voltam nos corpos de mil borboletas...

Pousadas em rosas de frágeis olores
enfeitam o mundo de risos e cores
efêmeras musas de loucos pasados...
Não sabem de penas de amores contidos
não sabem de ninhos em rumos perdidos
sonâmbulas deusas de vôos ousados...

Na dança da vida
lagarta ferida
de luz renascida
azul borboleta...

Na dança da sorte
o sonho tem corte
mas surge da morte
feliz borboleta...

Na dança do vento
num breve momento
nem dor... nem tormento
eu sou borboleta...

Maria Lua (“De Lua e de Estrelas...”, 2005)



Mariposas

Vagando entre nubes al sol de poniente
los sueños se visten de brillo envolvente
y dejan en sombra siluetas hermosas...
La aurora dorada transmigra en las alas
de almas errantes sin puertos ni calas
y envuelve los cuerpos de mil mariposas...

Posadas en rosas de suaves olores
vierten en el mundo risas y colores
efímeras musas de locos pasados...
No saben de penas de amor reprimido
no saben de nidos en rumbo perdido
sonámbulas diosas de vuelos osados...

En baile de vida
crisálida herida
de luz renacida
azul mariposa...

En baile de suerte
el sueño más fuerte
recuerda la muerte
feliz mariposa...

En baile de viento
en breve momento
ni mal... ni tormento
yo soy mariposa...

Maria Lua
(versión de Pedro Casas Serra)