miércoles, 6 de julio de 2016

“RECADO AOS AMIGOS DISTANTES” de Cecilia Meireles (De Retrato Natural, 1949)

RECADO AOS AMIGOS DISTANTES

Meus companheiros amados,
não vos espero nem chamo:
porque vou para outros lados.
Mas é certo que vos amo.

Nem sempre os que estão mais perto
fazem melhor companhia.
Mesmo com sol encoberto,
todos sabem quando é dia.

Pelo vosso campo imenso,
vou cortando meus atalhos.
Por vosso amor é que penso
e me dou tantos trabalhos.

Não condeneis, por enquanto,
minha rebelde maneira.
Para libertar-me tanto,
fico vossa prisioneira.

Por mais que longe pareça,
ides na minha lembrança,
ides na minha cabeça,
valeis a minha Esperança.

Cecilia Meireles (In Poemas, 1951)


MENSAJE A LOS AMIGOS DISTANTES

Mis compañeros amados,
no os espero ni os reclamo:
porque voy para otros lados.
Pero lo cierto es que os amo.

No siempre los que están cerca
hacen mejor compañía.
Aun con el sol encubierto,
todos saben cuando es día.

Por vuestros campos inmensos,
voy cortando mis atajos.
Es por vuestro amor que pienso
y me doy tantos trabajos.

No condenéis, de momento,
mi revoltosa manera.
Para liberarme tanto,
quedo vuestra prisionera.

Por más que lejos parezca,
viajáis en mi recuerdo,
viajáis en mi cabeza,
delimitáis mi Esperanza.

Cecilia Meireles
(Versión de Pedro Casas Serra)

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