Camponês, plantas o grão
no escuro – e nasce um clarão.
Quero chamar-te de irmão.
De noite, comendo o pão,
sinto o gosto dessa aurora
que te desponta da mão.
Fazes de sombras um facho
de luz para a multidão.
És um claro companheiro,
mas vives na escuridão.
Quero chamar-te de irmão.
E enquanto não chega o dia
em que o chão se abra em reinado
de trabalho e de alegria,
cantando juntos, ergamos
a arma do amor em ação.
A rosa já se fez flama
no gume do coração.
Camponês, plantas o grão
no escuro – e nasce um clarão.
Quero chamar-te de irmão.
Um dia vais ser o dono
do verde do nosso chão:
nunca vi verde tão verde
como o do teu coração.
no escuro – e nasce um clarão.
Quero chamar-te de irmão.
De noite, comendo o pão,
sinto o gosto dessa aurora
que te desponta da mão.
Fazes de sombras um facho
de luz para a multidão.
És um claro companheiro,
mas vives na escuridão.
Quero chamar-te de irmão.
E enquanto não chega o dia
em que o chão se abra em reinado
de trabalho e de alegria,
cantando juntos, ergamos
a arma do amor em ação.
A rosa já se fez flama
no gume do coração.
Camponês, plantas o grão
no escuro – e nasce um clarão.
Quero chamar-te de irmão.
Um dia vais ser o dono
do verde do nosso chão:
nunca vi verde tão verde
como o do teu coração.
Thiago
de Mello, Faz escuro
mas eu canto,
1965.
CANCIÓN DE CLARIDAD
Labrador, plantas el
grano
en lo oscuro – y nace
un claro.
Deseo llamarte hermano.
De noche, comiendo el
pan,
siento el gusto de esa
aurora
que te despunta en la
mano.
Haces de sombras
antorcha
de luz para multitud.
Eres claro compañero,
que vive en la
oscuridad.
Deseo llamarte hermano.
Y mientras no llegue el
día
en que el suelo sea
reino
de trabajo y de
alegría,
cantando juntos,
alcemos
armas de amor en
acción.
La rosa ya se hace
llama
al filo del corazón.
Labrador, plantas el
grano
en lo oscuro – y nace
un claro.
Deseo llamarte hermano.
Un día serás el dueño
del verde de nuestra
tierra:
nunca vi verde tan
verde
como el de tu corazón.
Thiago de Mello, Está
oscuro pero canto, 1965.
(Versión de Pedro
Casas Serra)
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