ÁGUA
DE REMANSO
Cismo o sereno silêncio:
sou: estou humanamente
em paz comigo: ternura.
Paz que dói, de tanta.
Mas orvalho. Em seu bojo
estou e vou, como sou.
Ternura: maneira funda,
cristalina do meu ser.
Água de remanso, mansa
brisa, luz de amanhecer.
Nunca é a mágoa mordendo.
Jamais a turva esquivança,
o apego ao cinzento, ao úmido,
a concha que aquece na alma
uma brasa de malogro.
É ter o gosto da vida,
amar o festivo, o claro,
é achar doçura nos lances
mais triviais de cada dia.
Pode também ser tristeza:
tranquilo na solidão macia.
Apaziguado comigo,
meu ser me sabe: e me finca
no fulcro vivo da vida.
Sou: estou e canto.
sou: estou humanamente
em paz comigo: ternura.
Paz que dói, de tanta.
Mas orvalho. Em seu bojo
estou e vou, como sou.
Ternura: maneira funda,
cristalina do meu ser.
Água de remanso, mansa
brisa, luz de amanhecer.
Nunca é a mágoa mordendo.
Jamais a turva esquivança,
o apego ao cinzento, ao úmido,
a concha que aquece na alma
uma brasa de malogro.
É ter o gosto da vida,
amar o festivo, o claro,
é achar doçura nos lances
mais triviais de cada dia.
Pode também ser tristeza:
tranquilo na solidão macia.
Apaziguado comigo,
meu ser me sabe: e me finca
no fulcro vivo da vida.
Sou: estou e canto.
Thiago de Mello, Faz
escuro mas eu canto,
1999.
AGUA DE REMANSO
Medito en quieto
silencio:
soy: estoy humanamente
en paz conmigo:
ternura.
Paz que lastima, de
tanta.
Mas rocío. En su
interior
estoy y voy, como soy.
Ternura: manera honda,
cristalina de mi ser.
Agua de remanso, mansa
brisa, luz de amanecer.
Nunca es la pena
mordiente.
Jamás la turbia
esquivez,
apego a lo gris, lo
frío,
concha que enciende en
el alma
una brasa de desecho.
Es tener gusto a la
vida,
amar lo alegre, lo
claro,
hallar dulzura en los
lances
triviales de cada día.
También puede ser
tristeza:
tranquila en su
soledad.
Apaciguado conmigo,
mi ser me sabe: y me
hinca
en el fulcro de la
vida.
Soy: estoy y canto.
(Versión de Pedro
Casas Serra)
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