O CAJUEIRO ENSINADO
Por medo de perder pouco,
acabaste te perdendo.
Não quiseste te dar todo
e terminaste sem nada.
Não sentiste o ferrão feio
cavando devagarinho
o fundo verde do peito.
(Por que era verdade. Tu sabes).
Nem sequer te perguntaste
porque as janelas se foram
fechando no teu olhar.
Ainda podes caminhar,
quando anoitece demais,
debaixo dos cajueiros.
Mas as suas flores tenras
não te reconhecem mais.
Suas folhas orvalhadas
se esqueceram do teu nome
e mal relembram o teu riso
que era uma festa de infância.
Sem embargo, falas forte,
te vestes de opaca azul,
atravessas a avenida,
ris alto e muito: animal
balofo e só, meu irmão.
acabaste te perdendo.
Não quiseste te dar todo
e terminaste sem nada.
Não sentiste o ferrão feio
cavando devagarinho
o fundo verde do peito.
(Por que era verdade. Tu sabes).
Nem sequer te perguntaste
porque as janelas se foram
fechando no teu olhar.
Ainda podes caminhar,
quando anoitece demais,
debaixo dos cajueiros.
Mas as suas flores tenras
não te reconhecem mais.
Suas folhas orvalhadas
se esqueceram do teu nome
e mal relembram o teu riso
que era uma festa de infância.
Sem embargo, falas forte,
te vestes de opaca azul,
atravessas a avenida,
ris alto e muito: animal
balofo e só, meu irmão.
El ANACARDO ENSEÑADO
Por miedo de perder
poco,
finalizaste
perdiéndote.
No quisiste darte todo
y terminaste sin nada.
No sentiste el aguijón
cavando poquito a poco
el fondo verde del
pecho.
(Porque era verdad. Lo
sabes).
Siquiera te preguntaste
porque las ventanas
fueron
cerrándose en tu
mirar.
Puedes aún caminar,
cuando más va
anocheciendo,
debajo los anacardos.
Pero sus flores lozanas
no te reconocen más.
Sus hojas con el rocío
se olvidaron de tu
nombre
y casi hasta de tu risa
que era jolgorio
infantil.
Sin embargo, hablas
alto,
te vistes de azul
oscuro,
atraviesas la avenida,
ríes fuerte y mucho:
bestia
Thiago de Mello,
Poesia comprometida com mi vida y la tuya,
1989.
(Versión
de Pedro Casas Serra)
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