RUMO
Somente sou quando em verso.
Minhas faces mais diversas
são labirintos antigos
que me confundem e perdem
Meu pensamento perfura
muros de nada à procura
do que não fui nem serei.
Ante a carne fêmea e branca
meu corpo se recompõe
ofertando o que não sou.
Meu caminhar e meus gestos
mal e apenas anunciam
minha ainda permanência.
Para chegar até onde
não me presumo, mas sou,
sigo em forma de palavra.
Minhas faces mais diversas
são labirintos antigos
que me confundem e perdem
Meu pensamento perfura
muros de nada à procura
do que não fui nem serei.
Ante a carne fêmea e branca
meu corpo se recompõe
ofertando o que não sou.
Meu caminhar e meus gestos
mal e apenas anunciam
minha ainda permanência.
Para chegar até onde
não me presumo, mas sou,
sigo em forma de palavra.
Thiago de Mello (Silêncio e Palavra, 1951)
RUMBO
Soy solamente en el
verso.
Mis caras más
diferentes
son antiguos laberintos
que me confunden y
pierden
Mi pensamiento perfora
muros de nada a la
busca
del que no fui ni seré.
Ante la carne hembra y
blanca
mi cuerpo se recompone
brindando lo que no
soy.
Mi caminar y mis gestos
apenas y sólo anuncian
mi duración todavía.
Para llegar hasta dónde
no conjeturo, mas soy,
sigo
en forma de palabra.
Thiago de Mello
(Versión de Pedro Casas Serra)
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