martes, 22 de septiembre de 2015

“RUMO” de Thiago de Mello (De Silêncio e Palavra, 1951)

RUMO

Somente sou quando em verso.

Minhas faces mais diversas
são labirintos antigos
que me confundem e perdem

Meu pensamento perfura
muros de nada à procura
do que não fui nem serei.

Ante a carne fêmea e branca
meu corpo se recompõe
ofertando o que não sou.

Meu caminhar e meus gestos
mal e apenas anunciam
minha ainda permanência.

Para chegar até onde
não me presumo, mas sou,
sigo em forma de palavra. 
Thiago de Mello (Silêncio e Palavra, 1951)
RUMBO

Soy solamente en el verso.

Mis caras más diferentes
son antiguos laberintos
que me confunden y pierden

Mi pensamiento perfora
muros de nada a la busca
del que no fui ni seré.

Ante la carne hembra y blanca
mi cuerpo se recompone
brindando lo que no soy.

Mi caminar y mis gestos
apenas y sólo anuncian
mi duración todavía.

Para llegar hasta dónde
no conjeturo, mas soy,
sigo en forma de palabra. 
Thiago de Mello
(Versión de Pedro Casas Serra) 

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