viernes, 24 de febrero de 2012

"Desamparo" de Maria Lua

Intermináveis murmúrios de sonhos desfeitos
emigram ao desamparo
de gélidas estrelas perdidas...
Lágrimas rolam em cascatas
de desejos ruminados nas ausências
amarga essência de lamentos...

Pálpebras devoradoras de miragens
impedem o nascer das delícias
máscara de medusa mágica
encobre o pulsar dos delírios...
Calafrios contidos nas vertigens
manancial de paixões sem sina
coração ao desamparo...

Tua partida desvendou a fúria exata
das loucuras sem margens
as mágoas encerradas em escamas sem luz
os gritos contidos em conchas marinhas
o desamparo silencioso das inquietudes
sob o azul de paz do céu de Lua Minguante...

Tua partida rasgou mistérios e anseios
trancou palavras na mudez das anêmonas-do-mar
ocultou ternuras na transparência das águas-vivas...
Tua partida no dorso de um cavalo-marinho
mortalha de claridades e de segredos
deixou em mim a Solidão dos desamparados...
Maria Lua. De la antología FACES DA LUA...



Desamparo

Interminables murmullos de sueños deshechos
emigran al desamparo
de gélidas estrellas perdidas...
Lágrimas ruedan en cascadas
de deseos rumiados en las ausencias
amarga esencia de lamentos...

Párpados devoradores de espejismos
impiden nacer las delicias
máscara de medusa mágica
cubre el latido de los delirios
Escalofríos contenidos en los vértigos
manantial de pasiones sin destino
corazón al desamparo...

Tu partida desveló la furia exacta
de las locuras sin márgenes
los resentimientos encerrados en escamas sin luz
los gritos contenidos en conchas marinas
el desamparo silencioso de las inquietudes
bajo el azul de paz de un cielo de Luna Menguante...

Tu partida rasgó misterios y ansias
aprisionó palabras en la mudez de las anêmonas de mar
ocultó ternuras en la trasparencia de las medusas...
Tu partida a lomos de un caballo de mar
mortaja de claridades y de secretos
dejó en mi, la Soledad de los desamparados...

Maria Lua
(versión de Pedro Casas Serra)

No hay comentarios:

Publicar un comentario