miércoles, 27 de febrero de 2013

"A carta" de Mario Quintana


Hoje encontrei dentro de um livro uma velha carta amarelecida,
Rasguei-a sem procurar ao menos saber de quem seria...
Eu tenho um medo
Horrível
A essas marés montantes do passado,
Com suas quilhas afundadas, com
Meus sucessivos cadáveres amarrados aos mastros e gáveas...
Ai de mim,
Ai de ti, o velho mar profundo,
Eu venho sempre à tona de todos os naufrágios!

Mario Quintana (Apontamentos de História Sobrenatural, 1976)


La carta

Hoy encontré dentro de un libro una vieja carta amarillenta,
La rompí sin querer saber de quién era...
Tengo un miedo
Horrible
A esas mareas ascendentes del pasado,
Con sus quillas hundidas, con
Mis sucesivos cadáveres amarrados a mástiles y gavias...
Ay de mí,
Ay de ti, viejo mar profundo,

Mario Quintana (Apontamentos de História Sobrenatural, 1976)
(Versión de Pedro Casas Serra)

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