"Fragilidade" de Maria Lua

A nuvem passou
sem deixar aromas de devaneios
ou murmúrios silenciosos...
E se fez chuva mansa
nas curvas da montanha...

Teu sorriso passou
sem deixar retalhos de sonhos
ou matizes de lembranças...
E se fez alegria rara
das sombras do meu rostro...

Na fragilidade da nuvem
desenhei minha miragem...
Na fragilidade de teu sorriso
apoiei minha esperança...

A nuvem se aninhou
na canção azul do infinito...
Teu sorriso se perdeu
na rima de um verso aflito...

Tão frágil a nuvem
tão frágil o teu sorriso
tão forte a saudade que nasceu...

Maria Lua (“De Lua e de Estrelas...”, 2005)


Fragilidad

La nube pasó
sin dejar aromas de devaneos
o murmullos silenciosos...
Y se hizo lluvia mansa
en las curvas de la montaña...

Tu sonrisa pasó
sin dejar retazos de sueños
o matices de recuerdos...
Y se hizo alegría rara
de las sombras de mi rostro...

En la fragilidad de la nube
diseñé mi espejismo...
En la fragilidad de tu sonrisa
apoyé mi esperanza...

La nube se anidó
en la canción azul del infinito...
Tu sonrisa se perdió
en la rima de un verso afligido...

Tan frágil la nube
tan frágil tu sonrisa
tan fuerte la nostalgia que nació...

Maria Lua
(versión de Pedro Casas Serra)