domingo, 26 de junio de 2016

“QUARTO MOTIVO DA ROSA” de Cecilia Meireles (De Mar Absoluto, 1945)

QUARTO MOTIVO DA ROSA

Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.

Rosas verás, só de cinza franzida,
mortas intactas pelo teu jardim.

Eu deixo aroma até nos meus espinhos,
ao longe, o vento vai falando em mim.

E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.

Cecilia Meireles (in Mar Absoluto, 1945)


CUARTO MOTIVO DE LA ROSA

No te aflijas con el pétalo que vuela:
también es ser, dejar de ser así.

Rosas verás, sólo de ceniza fruncida,
muertas intactas por tu jardín.

Yo dejo aroma hasta en mis espinas,
lejos, el viento va hablando en mí.

Y por perderme, van recordándome,
por deshojarme, no tengo fin.

Cecilia Meireles
(Versión de Pedro Casas Serra)

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