sábado, 11 de agosto de 2012

"Canção de torna-viagem" de Mario Quintana


Uma carta emcontrarei
Debaixo da minha porta.
Ordem da Filha do Rei?
Feitiço da Moira Torta?

A carta não abrirei.
Talvez me seja fatal.
Mas sobre o leito há uma rosa,
Há uma rosa e um punhal.

Que fiz de bem ou de mal
Pelos caminhos que andei?
Qual dos dois, rosa e punhal,
É o da Princesa e o do Rei?

Ai, tudo a carta diria,
A carta de sob a porta...
Se não se houvera sumido
Por artes da Moira Torta!

Mario Quintana (Canções, 1946)


Canción de emigrante

Una carta emcontraré
Por debajo de mi puerta.
¿Orden de la Hija del Rey?
¿Ardid de Parca Funesta?

La misiva no abriré.
Tal vez me sea fatal.
Sobre el lecho hay una rosa,
Una rosa y un puñal.

¿Qué hice yo de bien o mal
Por los caminos que andé?
Cual de ambos, rosa o puñal,
Es de Princesa o de Rey?

!Todo la carta diría¡,
La de debajo la puerta...
Si no se hubiese esfumado
¡Por mor de Parca Funesta!

Mario Quintana (Canções, 1946)
(versión de Pedro Casas Serra)

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